Raimundo está tranquilo, sentado no banco da praça, sem nada para fazer em plena segunda-feira. Só consegue pensar em como a vida lhe sabe bem.
Eis que surge o diabo.
Vermelho como um tomate. Chifrudo como o marido.
Tremendo desde os pelos dos dedos do pé ao lustroso cocuruto que esconde debaixo do chapéu, Raimundo, o homem da fé, faz um desajeitado sinal da cruz e dispara:
"O Homem de fé caminha pelo vale das sombras e da morte..."
Entretanto, é interrompido.
"Silêncio!"
Raimundo estaca, aterrorizado. Primeiro pensa que o indivíduo escarlate à sua frente é ventríloco. Depois percebe que não foi o capeta. A voz, feito trovão, o que poderia causar certa confusão mitológica, veio de trás de si. Raimundo vira-se e dá de caras com deus. Não. Deus. O SEU Deus. Está salvo! Aleluia!
"Não e Não. Não sou 'seu' Deus e você não está salvo."
Eis que Raimundo, o homem da fé, pastor de almas, explode e transforma-se em um pequeno monte de carne e vísceras, espalhando sangue por todos os lados.
O mal encarnado e encarnado acende um cigarro e dirigindo-se ao colega, diz:
"Ficas bem de vermelho sangue"
"Obrigado. Tomas café?"
"Não. Mantém-me acordado à noite. Prefiro um chá de camomila."
"Então vamos. Pago-te um bule"
Sem pressa e de mãos dadas, Deus e o Diabo saem em busca de uma casa de chá.
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Este texto é uma versão revisada de um texto que publiquei no "feici", recentemente.
Eis que surge o diabo.
Vermelho como um tomate. Chifrudo como o marido.
Tremendo desde os pelos dos dedos do pé ao lustroso cocuruto que esconde debaixo do chapéu, Raimundo, o homem da fé, faz um desajeitado sinal da cruz e dispara:
"O Homem de fé caminha pelo vale das sombras e da morte..."
Entretanto, é interrompido.
"Silêncio!"
Raimundo estaca, aterrorizado. Primeiro pensa que o indivíduo escarlate à sua frente é ventríloco. Depois percebe que não foi o capeta. A voz, feito trovão, o que poderia causar certa confusão mitológica, veio de trás de si. Raimundo vira-se e dá de caras com deus. Não. Deus. O SEU Deus. Está salvo! Aleluia!
"Não e Não. Não sou 'seu' Deus e você não está salvo."
Eis que Raimundo, o homem da fé, pastor de almas, explode e transforma-se em um pequeno monte de carne e vísceras, espalhando sangue por todos os lados.
O mal encarnado e encarnado acende um cigarro e dirigindo-se ao colega, diz:
"Ficas bem de vermelho sangue"
"Obrigado. Tomas café?"
"Não. Mantém-me acordado à noite. Prefiro um chá de camomila."
"Então vamos. Pago-te um bule"
Sem pressa e de mãos dadas, Deus e o Diabo saem em busca de uma casa de chá.
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Este texto é uma versão revisada de um texto que publiquei no "feici", recentemente.
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