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domingo, 11 de maio de 2014

[Opinião] Noé (Noah)


Com vontade de assistir alguma coisa, sem muitas opções do meu agrado, optamos por assistir ao filme “Noah” (Noé).

O que eu posso dizer sobre o filme que não passe muito para o lado do “Spoiler”? 
Para já, posso dizer que o que quer que eu diga, é apenas uma opinião pessoal, sem nenhum tipo de conhecimento mais aprofundado sobre cinema ou actuações. Esteja avisado ;)

Como você pode imaginar (ou não), o filme é uma adaptação da história de Noé, contada no livro do Génesis. E a história, de certa forma, é bastante “fiel” aos acontecimentos narrados, com algumas diferenças, claro, principalmente no que concerne ao papel das “mulheres”, mas também sobre quem estava na Arca e algum “enchimento” com relação a factos que são mencionados apenas superficialmente, na Bíblia.

É um filme que se pode classificar de “fantástico”, no sentido em que há criaturas/eventos fantásticos, a menos que você acredite que o antigo testamento da bíblia cristã é uma narrativa historicamente fiel da criação do mundo. Para mim é pura fantasia. 

A história, no filme, assume contornos muito estranhos, para quem conhece as versões bíblicas. Para já, há uma ênfase na questão “ambiental” que, propositadamente ou não, faz frente ao motivo bíblico para o dilúvio, que também está presente no filme (e de maneira bastante inquietante, na minha opinião), que é a da maldade humana. E a questão ambiental, no filme, está fortemente ligada, ainda que de maneira implícita, ao uso inapropriado da tecnologia.

De certa maneira, tive uma nítida sensação “Mad Max” com esse filme. Um mundo degenerado, decadente, privado de sua “fonte de energia”, onde a violência humana assume proporções verdadeiramente horripilantes.

No filme, o Herói, Noé, está muito muito longe de ser a personagem que a história bíblica nos mostra. A imagem que eu coloquei na abertura, com um Noé segurando um Machado, pode lhe dar uma indicação de que ele está longe, muito longe, do ideal cristão. E está. Está muito mais próximo de uma pessoa comum, um tanto fanática, talvez. Algo que faria sentido 5000 anos atrás, por exemplo, mas que já não é bem visto em nossos dias.

Aliás, apesar da presença de vários outros personagens, como Matusalém, interpretado por Antonhy Hopkins, de forma maravilhosa, como sempre, o único personagem bem construído, na história, é mesmo Noé. Bom, o nome do filme é esse mesmo.

Em termos de actuação, Russell Crowe está muito bem nesse filme. Gostei imenso de sua atuação. Mas pronto, eu sou fácil de agradar... 

Mas não posso dizer o mesmo de outros actores. Não que as actuações sejam fracas. De modo geral não são. Mas pareceram-me francamente anacrónicas. Sim, à excepção de Russell e possivelmente Hopkins, os outros actores, em suas interpretações, não parecem nem um pouco com personagens bíblicos à beira da destruição do mundo. 

Isso de deve, um pouco, ou talvez muito, a algo que me pareceu completamente fora de lugar no filme, ainda que pertinente. Trata-se da parte “romântica” do filme. Foi ali colocada para justificar parte da história, mas não me pareceu que tenha funcionado. Se separássemos essa parte do resto do filme, o resto do filme teria ficado muito mais sombrio (e interessante) e esta parte poderia muito bem ser uma história que aconteceria em uma escola secundária de subúrbio americana. Quase nem precisavam trocar de figurinos... Mas se calhar isso sou só eu.

De resto, o filme tem cenas marcantes e até perturbadoras. Fosse mais bem explorado, esse lado negro da história, o filme teria sido fenomenal. Mas eu percebo que há pouca gente interessada em causar comoção em uma época onde o “politicamente correto” é a lei.

Até mesmo a palavra “Deus”, salvo erro, foi omitida. No filme, é sempre referido o “Criador”. É a mesma coisa? Quase. Mas a diferença tem impacto.

Enfim, parece-me que é um filme que vale a pena assistir, apesar dos problemas (para mim) mencionados acima. Ao menos é uma oportunidade para reflectir sobre para onde caminha a humanidade... Mas que podia ter sido muito melhor, podia.

Ao pesquisar sobre o filme, acabei encontrando uma HQ/BD feita a partir do primeiro argumento escrito para o filme, o que significa que ela tem várias diferenças para a história contada no cinema. Fiquei curioso, principalmente depois de saber que o artista é o mesmo de “Pride of Bagdah”, que eu, felizmente, tenho aqui (e também recomendo).


2 comentários:

  1. Eu assisti ao filme e li a HQ também, mas ambos não me empolgaram. Minha decepção com o filme foi muito maior que com a HQ, já que assisti primeiro àquele para depois ler esta. Ah! É tudo gosto pessoal, não me cativaram. Até vendi as HQs (pois a história foi impressa em dois volumes: "Noé - Por Causa da Maldade dos Homens" e "Noé - e As Águas Invadiram a Terra") em um sebo. Não gostaria de relê-las.

    Quando o assunto é Russell, eu concordo contigo, ele de longe foi o melhor em cena... Mas meu preferido dele continua sendo "Gladiador"... Esse sim é excelente! *-*

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  2. Gosto muito dos filmes com ele :)
    Mesmo aqueles que são apenas "pipoca" ;) hehe

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